quinta-feira, 28 de julho de 2011

AS VELAS E SEU SIMBOLISMO

Trabalho apresentado em 28/10/2004 no Centro de Estudos Maçônicos DUQUE DE CAXIAS

Antes de tratarmos das velas é necessário que falemos sobre o fogo, um dos quatro elementos.
Triste deveria ser, em tempos remotos, a vida do homem sem o fogo. A única fonte de luz que conheciam era o Sol. Nada lhes garantia que esse benfeitor, ao desaparece todas a tardes, não os abandonasse definitivamente ao final de cada dia.
Apavorado, fugia quando uma descarga elétrica provocava algum incêndio. Sua condição de ser racional, com certeza já preparado para o conhecimento, imaginava ser uma vingança dos deuses. Raiou, porém, o dia em que descobriu um processo de, por intermédio do atrito, obter aquilo que mudaria toda a sua história e seu destino, colocando os demais seres vivos em maior desvantagem que antes. O homem era capaz de obter o fogo no momento em que desejasse, de mantê-lo aceso e de transportá-lo. Era o início do domínio das travas. Passou a ser um mágico que podia obter e controlar um elemento espetacular.
A partir do momento em que começou a usar o raciocínio e a inteligência, abstraindo-se de coisa materiais, o homem passou a ter um fascínio pelo fogo. A luz sempre representou o poder do bem para a humanidade. Em contraste, a escuridão significava ignorância, estupidez, maldade e apego ao materialismo.
Esse elemento, despertando um ar de mistério e magia, aproximava-o de algo superior que ele não compreendia. Assim, desde a antiguidade vem utilizando a chama para simbolizar a magia. Achava-se que o verdadeiro mago era aquele que sabia manipular as forças da natureza, com o objetivo de atrair harmonia, de expandir a consciência e de promover o amor universal.
Um dos mais poderosos elementos da natureza, o fogo, esteve sempre associado, entre outros atributos, à transmutação e à purificação. Nos textos da Bíblia, Deus manifestou-se a Moisés em forma de línguas de fogo, daí se usar as velas como forma de magia. Uma ou mais velas, consoante o caso e necessidade, ativam os nossos pensamentos e forças da natureza serão ativadas. Por isso a luz da vela simboliza a vida ascendente e da luz da alma.
O fogo é o elemento da mudança, desejo e paixão. De certa forma, contém dentro dele todas as formas de magia, pois a magia é um processo de mudança. A magia de fogo pode ser assustadora. Os resultados se manifestam rápida e espetacularmente. Não é um elemento para os de pulso fraco. Entretanto, é o mais básico e elementar, sendo por isso muito utilizado. Está ligado ao domínio da sexualidade e da paixão. Não é apenas o "fogo sagrado" do sexo, mas também a centelha de divindade que brilha dentro de nós e de todos os seres vivos. É ao mesmo tempo o mais físico e o mais espiritual dos elementos. Seus rituais de magia envolvem energia, autoridade, sexo, cura, destruição (de hábitos negativos e males), purificação, evolução, e assim por diante.
As purificações, em que pese suas utilizações religiosas e filosóficas, são anteriores e independentes dessas próprias religiões. E é por serem independentes das religiões que, talvez, sejam usadas pela Maçonaria, o que aliás vem a fortalecer o princípio da liberdade de culto que, por nós, é pregada.
Diferentemente do conceito materialista, a purificação religiosa é a limpeza espiritual, enquanto que a purificação maçônica abrange três campos bem diferentes, quais sejam: o material, o mental e o astral. Em nossos ritos, aprendemos que os antigos conheciam como elementos de prova e purificação, o fogo, a água, o ar e a terra. É isso que aprendemos logo na Cerimônia de Iniciação Maçônica, quando o candidato passa por essas purificações.
A purificação do fogo, por ser o elemento mais ativo das purificações, ainda é a mais usada, mesmo quando utiliza outros componentes como as velas, turíbulos, piras ou vasos. As purificações pelos outros elementos ar, água e terra, possuem um mesmo significado e objetivo, apenas utilizando-se de outras formas e maneiras de realizá-las.
O livro “A Simbologia das Velas”, de Antônio Carlos G. Fernandes, aborda a purificação de HiramAbif, pelo fogo. Infelizmente não posso comentá-la em face de inúmeras referências que se relacionam ao Grau de Mestre Maçom. Pesquisando o “Dicionário de Maçonaria”, de Joaquim Gervásio de Fiqueiredo, encontramos referências ao fogo nos diversos graus simbólicos e filosóficos. O que podemos deduzir, mesmo sem conhece os mistérios dos graus superiores é que o fogo acompanha o maçom durante toda a sua evolução simbólica e filosófica, na constante e eterna busca da verdade.
 Um Ritual de Fogo geralmente envolve defumação, a queima ou o chamuscar de uma imagem, ervas ou outro objeto inflamável, ou a utilização de velas ou pequenos fogareiros. Sua magia é normalmente praticada próxima à lareira, ou ao lado de fogueiras acesas em clareiras ou junto à chama de uma simples vela.
Toda magia das velas é regida pelos poderes do fogo. Tudo que ela estimula só ocorre quando é acesa. O que faz dela um símbolo, ou um veículo de estímulos, é o fogo. É por isso que ele está sedo abordado com tamanha insistência.
O fato de ser um elemento poderoso fez com que os antigos o cultuassem e muitas religiões passaram a considerá-lo como um símbolo do divino. Seu significado religioso ainda é evidenciado nos altares de muitas das principais religiões do mundo. Que altar católico estaria completo sem velas acesas? A presença delas em altares durante a missa não é acidental. Elas liberam sua própria energia, assim como o olíbano fumegante, nos incensários brilhantes, e como as preces do devoto.
A chama brilhante de uma vela, ou uma grande labareda de uma fogueira no topo de uma montanha são ambos objetos de poder que podem ser utilizados na magia.
A magia das velas voltou a ser enormemente popular, talvez por ser simples e eficaz. Apesar de ser talvez a única forma de Magia do Fogo prontamente disponível, está longe de ser a única atualmente. Outras formas existem. A magia do Fogo pode ser praticada sempre que um fogo puder ser seguramente aceso. Uma lareira interna ou externa, uma churrasqueira, um canteiro limpo ou um buraco especialmente cavado, cercado de pedras ou tijolos; qualquer coisa funciona, desde que o fogo possa ser aceso com segurança numa área na qual você tenha privacidade para praticar sua magia.
As velas, há séculos, vêm conferindo mais poder às magias e aos rituais, pelo fogo e pelo simbolismo mágico. Até nos dias de hoje, as velas fascinam. Alguns acreditam que o reino da natureza é habitado por espíritos que estão associados às plantas, aos animais, aos minerais, à água, ao fogo e ao próprio ar. Esses espíritos, também conhecidos como seres elementais[1][1], dão "alma" a absolutamente tudo o que existe na natureza: às pedras, à terra, ao vento, às folhas. Estando presentes em todos os ritos e nas mais diferentes liturgias, as velas associam dois fatores muito importantes: a força dos entes espirituais ligados ao fogo e os poderes associados às cores.
E essa associação às cores deu origem àquilo que se acredita ser a cromoterapia das velas.
A vela é o mais simples e mais poderoso instrumento de trabalho. Alguns acreditam até que ela, por si só, engloba os quatro elementos: terra, fogo, ar e umidade. É a mensageira de nossos desejos, continua por nós a nossa vigília. Ela está presente na alegria e na dor, na fé, na devoção e até na cura. É companheira de todas horas!
Acredita-se que um dos mais importantes requisitos, ao se acender uma vela, seja a sua cor. A cor é um poderoso auxiliar, pois todas as cores estão associadas às emoções e desejos humanos e vibram com energias diferente. Por exemplo, o vermelho e o negro vibram mais devagar que o branco e o azul. Assim, impressionam os nervos óticos e causam diferentes reações no observador.
VEJAMOS ALGUMAS CURIOSIDADES SOBRE O SIGNIFICADO DAS CORES.
Amarela: representa o intelecto, criatividade, unidade, trazendo o poder da concentração e da imaginação para o ritual; usada em rituais que envolvam confidências, atração, charme, persuasão, aprendizagem, quebra de bloqueios mentais e para estimular os estudos; simboliza também a energia solar, ação, inspiração e mudanças súbitas.
Dourado: simboliza a compreensão e atrai as influências dos poderes cósmicos; beneficia rituais para atrair dinheiro ou sorte rapidamente; simboliza a energia solar; usada em rituais para remover a negatividade, encorajar e trazer estabilidade.
Azul: cor espiritual para rituais que necessitam de harmonia, luz, paz, sonhos, saúde, magia que envolva honra, bondade, tranqüilidade, verdade, conhecimento, proteção durante o sono, estabilidade, projeção astral, rituais que envolvam sonhos proféticos, calma, criatividade, paciência, para estabilidade no emprego, sabedoria, poder oculto, proteção, compreensão, fidelidade, harmonia doméstica e paciência.
Índigo: é a cor que representa a inércia; usado para parar pessoas ou situações; destinado a rituais que requeiram um elevado estado de meditação; neutraliza o feitiço lançado por alguém, quebra maldições, mentira ou competição indesejada.
Azul Royal: simboliza e promove alegria e jovialidade; usado para atrair a energia de Júpiter ou para qualquer energia que você queira potencializar.
Azul Claro: cor espiritual; ajuda nas meditações de devoção e inspiração; traz paz e tranqüilidade para a casa.
Branca: é a mistura de todas as cores; usado no alinhamento espiritual, na meditação, no exorcismo, rituais que envolvam cura, paz, pureza, alto astral, consagração, clarividência, verdade, força espiritual, energia lunar, limpeza, saúde, poder, totalidade; usado em geral para todos os pedidos e quando você não souber a cor correspondente para o seu pedido.
Laranja: empregada em rituais para estimular energia, alcançar metas profissionais, justiça, sucesso e em geral para a criatividade.
Marrom: usado nos pedidos para localizar coisas perdidas, para melhorar os poderes de concentração e telepatia, proteção de familiares e animais domésticos, equilíbrio, para rituais de força material; elimina a indecisão, atrair o poder da concentração, estudo, telepatia, sucesso financeiro.
Preta: para afastar mau-olhado, limpar a negatividade, abrir os níveis do inconsciente; usado em rituais para induzir um estado de meditação; simboliza a reversão, desdobramento, discórdia, proteção, libertação, repele a magia negra e formas mentais negativas.
Púrpura ou Roxa: atua nas manifestações psíquicas, na cura e nos rituais envolvendo poder, idealismo, progresso, quebra de má sorte, proteção, honra, e para afastar o mal.
Verde: estimula a fertilidade, sucesso, sorte, prosperidade, rejuvenescimento, dinheiro, ambição, saúde, finanças, cura, crescimento, abundância, generosidade, casamento, equilíbrio e harmonia; usadas em geral para desejos de cura e sorte.
Verde Esmeralda: representa o amor, fertilidade e relação social.
Verde Escuro: cor da ambição, cobiça, inveja e ciúme.
Vermelha: exalta a saúde, energia, potência sexual, paixão, amor, fertilidade, força, coragem, vontade de poder, aumento do magnetismo em um ritual; para a superação do medo, preguiça, vingança, atingir metas.
Cinza: cor neutra; ajuda a meditação; na magia, esta cor simboliza confusão, mas também neutraliza as forças negativas.
Prateada ou Cinza Claro: poder de influências cósmicas, rituais de honra aos poderes do Sol, remove a negatividade e encoraja a estabilidade; ajuda a desenvolver as habilidades psíquicas.
VEJAMOS ALGUMAS CURIOSIDADES  SOBRE O SIGNIFICADO DO FORMATO
Pirâmide: representa as  realizações materiais.
Cilíndricas: servem para tudo.
Animais: para representar o seu animal protetor ou estimado.
Lua: para acentuar sua energia intuitiva.
Cone ou Triangulares: simbolizam o equilíbrio; tem três planos: físico, emocional e espiritual.
Velas Cônicas: são voltadas para cima e significam o desejo de elevação do homem, sua comunicação com o cosmos.
Velas Quadradas: simbolizam estabilidade na matéria; seus lados iguais representam os quatro elementos: Terra, Água, Fogo, Ar.
Velas em Formato de Estrela de Cinco Pontas: é o símbolo do homem preso na matéria.
Velas Redondas: simbolizam mudança e a energia mais pura do astral, que só a mente superior alcança.
VEJAMOS ALGUMAS CURIOSIDADES SOBRE O SIGNIFICADO DA CHAMA
Chama azulada: pede paciência, pois seu pedido logo será realizado.
Chama amarela: sua felicidade esta próxima.
Chama vermelha: seu pedido está sendo realizado.
Chama brilhante: seu pedido está tendo êxito.
Chama que levanta e abaixa: se concentre no seu pedido, pois a sua mente está muito tumultuada.
Chama que solta fagulhas no ar: pode haver algum desapontamento ou aborrecimento antes do seu pedido se realizar.
Chama que parece uma espiral: não comente com ninguém sobre seu pedido, pois alguém próximo poderá atrapalhar.
Chama enfraquecida: é preciso reforçar seu pedido.
Chama que permanece baixa: esta não é ainda a hora de seu desejo se realizar; há uma necessidade de você cuidar primeiro do seu astral.
Chama que vacila: poderão ocorrer algumas transformações (necessárias), antes que seu pedido se realize.
Sempre acendam suas velas com fósforos, nunca com isqueiros. Nos rituais acenda antes uma vela intermediária e com ela acenda as demais. Nunca vire uma vela depois de acesa. Coloque um fósforo, ou outra vela, aceso (a) em baixo dela, para derreter o bastante para você grudá-la no apoio ou castiçal. Você não deve assoprar uma vela para apagar, apague sempre com um apagador ou com os dedos. Considera-se que o sopro é a expressão de nossa Força Vital e que, por isso, não deve ser utilizado para fazer desaparecer o próprio símbolo da vida, que é o fogo. Pode parecer estranho, mas isso tudo é praticado por aqueles que acreditam e pelos que não acreditam nas razões místicas desses atos.
ALGUMAS OUTRAS CRENÇAS:
- VELA QUE NÃO ACENDE DE IMEDIATO
O seu Anjo da Guarda poderá estar com algumas dificuldades, para entender o seu pedido, o astral à sua volta pode estar negativo.
- VELA QUE ESTÁ A ARDER COM A LUZ AZULADA
Indica, nesta altura que tudo o que pediu irá correr bem pois o Bom Anjo o (a) protege Muito Bem.
- CHAMA QUE ARDE INTERMITENTE - Prova que de fato o seu anjo terá algumas dificuldades, mas o seu pedido poderá sofrer algumas mudanças espirituais.
- LUZ QUE ARDE SUBINDO E DESCENDO (INQUIETA)
Significa que está com problemas, você pensa em vários assuntos ao mesmo tempo e que está em perturbação espiritual.
- CHAMA OU LUZ QUE PRODUZ SONS ESTRIDENTES OU SOLTA FAGULHAS
Espiritualmente, o seu Anjo de Guarda, colocará alguém no seu caminho, para comunicar o que pretende, mas preste atenção, antes de ver o seu pedido realizado, poderá sentir-se ansioso (a).
- CHAMA OU LUZ QUE ARDE EM ESPIRAL
Tudo quanto foi pedido espiritualmente o seu Anjo de Guarda absorveu, e levará os seus pedidos a serem realizados.
- CHAMA CUJO PAVIO SE DIVIDE EM DOIS
Os seus pedidos foram feitos de forma muito duvidosa e o seu Anjo de Guarda teve dificuldade em atender aos seus pedidos.
- CHAMA OU LUZ MUITO BRILHANTE
Pedidos feitos com fé e espiritualmente elevados que lhes trará muita sorte, prosperidade, harmonia e triunfo (o seu Anjo de Guarda, está feliz).
- CHAMA OU LUZ FAZENDO A VELA BABAR-SE
Os seus pedidos foram feitos sem fé, em desarmonia espiritual, faz com que o seu anjo sinta dificuldade de realizar os seus pedidos.
- CHAMA COM DIFICULDADES DE QUEIMAR A VELA
Espiritualmente necessita iluminar mais vezes o seu Anjo de Guarda, para poder obter uma boa afirmação, no momento em que acender a vela ao seu Anjo de Guarda.
- CHAMA QUE SE EXTINGUE AINDA COM CERA BASTANTE NA VELA
Será ajudado (a) nos seus pedidos mais difíceis de resolver, mas terá que resolver por si o resto que compete fazer, orar, harmonizar-se para poder obter todas as graças que deseja.
POR QUE AS PESSOAS ACENDEM VELAS PARA REZAR E PARA OS MORTOS?
O homem tem procurado o caminho para “religar-se” com o Plano Divino e para isso, em face de sua pequena visão e limitado conhecimento, faz uso de verdadeiras bengalas e artifícios, a semelhança dos cegos, que podem ser velas, incensos, mantras e orações. São instrumentos usados para obter apoio e estímulo na busca das verdades eternas.
De acordo com a teóloga Virgínia Motta, a luz é um símbolo marcante em praticamente todas as religiões e sempre foi ligada à divindade. Acender velas é uma maneira de chegar mais perto do divino. Segundo a Sagrada Escritura, antes da Criação do mundo tudo era uma grande confusão, o caos, a desordem. Até que Deus mandou que se fizesse a luz (Gn 1, 1-3). Daí em diante, passagens bíblicas atestam: “O Senhor é a minha luz”, ou ainda, “Cristo é a luz do mundo”, explica a teóloga. Vale lembrar que os primeiros cristãos chamavam o batismo de “iluminação”, pelo fato do batizando receber a luz de Cristo. Para o cristão é preciso caminhar como filho da luz, pois quem nasceu da luz é luz. Como os santos são pessoas que viveram em plenitude, o “compromisso iluminado” de acender velas para eles é uma forma do crente alcançar o caminho da luz. As velas são usadas no altar desde o século XI, até então elas eram colocadas à frente, dos lados, ou atrás dele. Quanto aos mortos, era costume colocar uma vela benta em suas mãos. Ela deveria ser acesa no momento em que o sacerdote desse início ao rito de encomendação da alma, para que os novos caminhos do falecido fossem iluminados pela luz emanada pelo Cristo Salvador. Hoje em dia é costume acender-se velas no dia de finados.
Muitas pessoas ficam impressionadas com as crianças na hora do Batismo. Normalmente desligadas ou barulhentas, ficam extasiadas quando se acendem as velas. A chama os cativa a ponto de querer agarrá-la. Há algo de “cativante” na vela acesa. Nós adultos também captamos este misterioso fascínio da vela, dando-lhe o significado de símbolo. A vela é símbolo da luz.
Essa simbologia da luz desempenhou no mundo cristão importante papel. Antes dos cristãos, foram os romanos a usarem a vela, seguindo, por sua vez, os costumes dos etruscos. Acendiam-se fachos, velas ou lamparinas, durante o culto nos templos, diante das imagens dos deuses, e também nas sepulturas. Os judeus, parece, não usaram velas propriamente ditas, mas apenas candelabros. No culto cristão, as velas, assim como o incenso, a música e as procissões, constituem parte de costumes em si indiferentes e que só pelo contexto em que se realizam recebem seu valor e sua finalidade. Digamos que não são essenciais, mas apenas acessórios. Pelo que a história da arte e da liturgia indica, o uso forte das velas, sempre como símbolo da luz divina, aconteceu a partir do século IV ou V.
Quando a arte sacra apresenta uma pessoa falecida ou um santo, com a vela na mão, é para dizer que a cena se passa no céu e não na terra. Da mesma forma, acender a vela “para os defuntos”, expressa o desejo “que a luz perpétua os ilumine”. A vela em si não tem nenhum poder mágico, não “ajuda” o defunto, pois é apenas um símbolo da nossa fé. Quem tem poder e quem “ajuda” é Deus! A Igreja usa as velas na liturgia e incentiva os fiéis a usarem-nas como símbolos, como acessórios, mas não como algo mágico.
O uso de lamparinas ou velas como elementos de culto religioso é uma prática universal na história da humanidade. E a Igreja santificou esse simbolismo prescrevendo o uso de velas na maioria dos cultos. Durante a Missa, por exemplo, devem arder duas ou mais velas, o mesmo acontecendo na administração da maioria dos sacramentos.
E, embora a vela, em si, não seja um símbolo maçônico, ela está inserida no contexto maçônico desde as Primitivas Assembléias Maçônicas. Primeiro como um meio de iluminação, depois apenas como Ornamentação. Atualmente, em alguns ritos, não há empecilho legal para que as mesmas sejam substituídas por lâmpadas elétricas, o que já está sendo feito na maioria as Lojas. Mas ainda há aqueles que não abrem mão da utilização de velas nas sessões maçônicas.
Prática de mentalização
Obs: COLOCAR UMA  MÚSICA SUAVE DE FUNDO
 
- pedir aos Irmãos para fecharem os olhos;
- alertá-los pra que resistam à tentação de abri-los; dominem a vontade;
- fazer um sinal para que o Mestre de Harmonia apague as luzes do templo;
- tentem imaginar as velas acesas nos altares, mas sem abrir os olhos;
- ficar com as costas retas e controlar a respiração;
- pedi aos Irmãos que mentalizem algo parecido com uma EGRÉGORA; algo brilhante em forma de abóbada sobre o templo e nos protegendo das vibrações negativas do mundo profano; é como um campo de força;
- procurar não se deixar levar pelos pensamentos negativos; tentar esquecer dos desafetos do mundo profano;
 
 
- agora abram os olhos lentamente;
- olhem para as velas dos altares (aguardar algum tempo);
- fechem os olhos novamente (resistam à tentação de abri-los);
- imaginem as mesmas velas acesas (agora é mais fácil...);
- para alguns é possível até imaginar a cor da chama...
- imaginem a mesma EGRÉGORA;
- esta é uma maneira consciente de participar da geração de tamanha energia; na maioria das vezes participamos sem sentir não aproveitamos este momento até prazeroso;
- mantenham a respiração... ; é a única coisa que podemos controlar...
- podem abrir os olhos lentamente;
- Mestre de Harmonia pode acender as lâmpadas lentamente;
 
Todos, agora conhecedores da importância de sua utilização mística, e até espiritual, devem se comportar como verdadeiros sacerdotes, procurando conduzir as forças mobilizadas e concentradas pela influência destes símbolos. Sabemos que essas forças não têm livre arbítrio, podendo ser empregada para o mal ou o bem. Eis a grande responsabilidade daqueles que conduzem os trabalhos.
Mas esta não deve ser uma preocupação exclusiva dos magos e dirigentes, que normalmente são os que mais se empenham nos rituais, e costumam ser aqueles que mais dão do que recebem. Os Irmãos das colunas, que normalmente mais recebem do que dão, devem igualmente acreditar e participar dos cerimoniais, expulsando, dessa forma, todos os pensamentos que não sejam harmoniosos. Esses pensamentos mais sutis e altruístas permitem que se crie uma egrégora[2][2]os Irmão. O resultado de tal esforço está na proporção da intensidade do real sentimento de cada Irmão, originando dessa forma, uma corrente contínua de energia. com vibrações energéticas poderosas, obviamente resultantes da ação combinada de todos
Esta é grande aplicação prática de tudo que foi dito.
A função da luz é fazer enxergar. Ser luz é ser alegre, alerta, acordado, vigilante, vibrante, cheio de ardor e de fogo. Por isso, ser luz é fazer o mundo enxergar a presença viva de Deus entre nós, num comportamento de amor, verdade, justiça e paz
Esse é o maior significado das velas, representação material de luz.
 
Bibliografia:
1.      Dicionário de Maçonaria - Joaquim Gervásio de Figueiredo
2.      A Simbologia das Velas - Antônio Carlos Gonçalves Fernandes
                                3.      Internet - diversos artigos de vários autores (a maioria não são artigos maçônicos)

SEGUNDA PALESTRA


Segunda Palestra
Realizada em 25 de abril de 2009



PARTE I I – A REGIÃO ETÉREA DO MUNDO FÍSICO

I.              INTRODUÇÃO
A Região Etérea é a responsável pela manutenção da vida nos reinos vegetal, animal e humano. O clarividente treinado pode ver que as forças que dão vida às formas minerais dos seres humanos, dos animais e das plantas, fluem através dessas formas, por meio dos éteres.
Os éteres são em número de quatro: o químico, o vital, o luminoso e o refletor, conforme descrito no Capítulo I do CONCEITO.
Resumidamente, o Éter Químico é o meio de assimilação e excreção dos seres vivos. É o único éter ativo nos minerais, sendo o meio de atuação das forças químicas nos minerais. O Éter de Vida é o meio de propagação das espécies. O Luminoso é o meio de percepção sensorial e o meio através do qual é gerado o calor nos animais de sangue quente e promovida a circulação do sangue nos animais de sangue frio. Por meio dele são também construídos e nutridos os olhos. O Éter Refletor é o meio através do qual funciona a memória e através do qual o pensamento é impresso no cérebro humano.
  1. A REGIÃO ETÉREA E OS ANJOS
A Região Etérea é considerada o lado interno da matéria. Os clarividentes voluntários percebem a região com a visão etérea, que é uma extensão da visão física e que funciona como se fosse um raio X. São capazes de ver o interior das coisas e como elas são constituídas. Os que têm essa visão são capazes de perceber também outros habitantes da região e que são grupos de seres no início de sua evolução, como as Fadas e os Espíritos da Natureza – os gnomos, as ondinas, os silfos e as salamandras. As fadas, na realidade, pertencem à ordem dos Gnomos, os Espíritos da Terra que trabalham sob a orientação da Hierarquia Angélica.
Os corpos dos gnomos são formados principalmente de éter químico e, portanto, são terrenos, podendo ser queimados no fogo e capazes de envelhecer de modo semelhante ao ser humano, embora vivam mais.
As ondinas que vivem na água, os silfos que vivem no ar e as salamandras que manipulam o fogo, os raios e os trovões,  têm seus corpos formados por éter de vida, éter luminoso e éter refletor, respectivamente, e costumam viver mais que os gnomos.
Os Espíritos da natureza realizam importantes trabalhos na natureza, nas profundezas da Terra, em sua superfície, sobre as plantas e as flores, no ar e na água, no ciclo de evaporação da água e em sua liberação como chuva, de valor incomensurável para a economia da natureza.
A onda de vida dos Anjos tem como seu veículo mais denso o corpo vital, tendo atingido a individualidade em um período anterior ao atual Período Terrestre, ou seja, o Período Lunar, conforme descrito na Parte II do CONCEITO, em seu Capítulo VIII, “O Trabalho da Evolução”, quando o Sistema Solar se achava em uma condição equivalente à atual condição etérea. Eles trabalham com as forças etéreas sob a regência de Jeová, o mais alto Iniciado dessa onda de vida.
Eles são guardiões da família e de cada indivíduo, mas seu trabalho não é igual ao desenvolvido pelos Senhores de Vênus e de Mercúrio, que pertencem à nossa onda de vida humana. Os seres que habitam Vênus e Mercúrio são muito mais avançados que os humanos que vivem na Terra. Alguns dos habitantes desses planetas foram enviados à Terra para ajudar à nascente humanidade e são conhecidos como os “Senhores de Vênus” e os Senhores de Mercúrio”. Os Senhores de Vênus foram líderes das massas, ajudando a construir nossa civilização e os Senhores de Mercúrio trabalham com os indivíduos, quando alcançam um estágio mais avançado de seu desenvolvimento.
Os Anjos trabalham sobre todos os seres vivos. Trabalham sobre os vegetais, como guardiões dos campos e dos bosques, das flores, dos frutos e das plantas dos rios e oceanos. Cuidam também do reino animal, como guardiões das sementes da vida, mas não atuam como Espírito Grupo das espécies animais, trabalho que é feito pelos Arcanjos, mas agem como Espíritos Grupo do reino Vegetal.
Os Anjos estão em um degrau acima ao da humanidade no que diz respeito à sua evolução. Se no Período Lunar trabalharam sobre os éteres, no atual Período Terrestre estão aprendendo a funcionar no Mundo do Desejo, do mesmo modo que nós, no Período de Júpiter, aprenderemos a trabalhar com os éteres, já que a atual onda vida mineral terá chegado ao seu estágio vegetal. Os Anjos estão trabalhando, pois, como diz Max Heindel, com úmidas emoções, onde formosos e puros sentimentos estejam sendo experimentados por seres vivos conscientes. Eles intensificam os sentimentos puros e santos, as expressões de beleza e o gozo espiritual.
  1. A REGIÃO ETÉREA E OS ANJOS LUCÍFERES
Se a humanidade tivesse permanecido sob a liderança de Jeová, o mais alto Iniciado do Período Lunar, e de seus Anjos, não teria havido a dor e o sofrimento que tem caracterizado a evolução humana. A vinda dos Senhores de Vênus e de Mercúrio tinha sido planejada para uma época determinada, de modo a os Mistérios serem estabelecidos e a humanidade ser ajudada a criar a civilização sobre a Terra. Os Lucíferes trouxeram a liberdade aos seres humanos antes dessa época determinada, o que fez com que fosse necessário chamar os Senhores de Mercúrio muito antes do planejado, de modo a se contraporem à influência dos Lucíferes.
Os Anjos, no Período Solar, ainda não tinham adquirido a individualidade, que conseguiram no Período seguinte. Nesse Período Solar, estavam juntos com os Arcanjos, que eram a “humanidade” desse período. Max Heindel nos diz, no CONCEITO, que os globos, no Período Solar, eram de um calor luminescente, enquanto que, no Período Lunar, a principal característica dos globos pode ser mais bem descrita pelo termo “umidade”. A dificuldade teve início quando a onda de vida dos Anjos, guiada por Jeová, desceu aos úmidos éteres do Período Lunar, em preparação para a descida ao frio e à escuridão do espaço material. Um grupo de Anjos, os Lucíferes, rebelou-se contra esse plano, pois tinham se acostumado ao fogo durante o Período Solar.
Essa duas classes de Anjos estão, portanto em posições opostas: os Anjos ligados ao elemento água, que seguiram a evolução dentro dos padrões estabelecidos pelo Plano Divino e que agora trabalham com as “úmidas emoções” no Período Terrestre e os Anjos Lucíferes, que trabalham com as “ígneas” paixões, sendo atraídos pelo elemento fogo.
Os Lucíferes rebelados contra Jeová, para poderem continuar em sua evolução, encontraram um meio caminho entre a evolução dos Anjos, que não tinham cérebro, porque a Sabedoria Divina fluía através deles, e a humana,  que tinha desenvolvido um cérebro a partir da divisão das forças criadoras. Os Lucíferes necessitavam do conhecimento e usaram a humanidade para tal. Insinuaram-se junto às mulheres, de imaginação mais avançada e as induziram a fazer uso das forças criadoras para criar novos corpos quando quisessem, desobedecendo à orientação de Jeová e de seus Anjos, que regulavam a função criadora, unindo os sexos somente sob condições astrológicas adequadas.
Os Lucíferes estavam assim promovendo a auto-afirmação dos seres humanos e, a partir de suas expressões, podiam induzi-los às paixões, que eram mais fortes na infante humanidade que outras expressões auto-afirmativas. A atitude dos Lucíferes é desafiante e sua nota chave é a intensidade, tanto mental quanto emocional, de atividade extrema. Incitam à liberdade sem qualquer tipo de limitação e o impulso de ousar ou de realizar torna-se tão intenso que passa a ser irresistível.
Antes de os seres humanos serem iluminados pelos Anjos Lucíferes não conheciam as enfermidades, nem a dor e nem a morte, que foram o resultado do emprego ignorante das forças criadoras e de seu abuso na gratificação dos sentidos. Além de incitar o emprego das forças criadoras a seu bel-prazer, os Lucíferes instigaram também as atividades mentais humanas, já que as forças usadas para a criação do cérebro eram de mesma natureza das usadas para a procriação. Sendo instigadores das atividades mentais, o uso da razão foi estimulado, bem como o foco sobre a ação objetiva, levando os seres humanos ao domínio e ao poder sobre as forças da natureza. Assim, desenvolveram eles a Ciência e habilitaram-se nas Artes e Ofícios do mundo. Foi a compensação que recebemos, em contrapartida ao conhecimento da dor e da morte, causado pela aquisição prematura de nossa independência e de nossa consciência cerebral, resultantes da iluminação proporcionada pelos Espíritos Lucíferes, os “dadores da luz”, mesmo sendo uma falsa luz.
Max Heindel diz que, em sua opinião, um grande número de Lucíferes poderá não conseguir alcançar sua própria evolução e, possivelmente, terão de voltar ao Caos. Porém, segundo ele, há alguns que estão trabalhando com os Senhores de Mercúrio para ensinar lições de regeneração e assim poderem voltar posteriormente à sua onda de vida e prosseguir em sua evolução até o final.
Sabe-se que os Arcanjos habitam o Sol e os Anjos têm a seu cargo as luas, mas os Espíritos Lucíferes não podem habitar nenhuma das Luminárias, porque não foram capazes de ajudar o processo de geração de forma pura e inegoísta. Foram então transferidos para outro planeta, o planeta Marte. Astrologicamente, esse planeta tem a regência de Áries, que rege por sua vez a cabeça e sobre Escorpião, que rege por sua vez os órgãos reprodutores. É bom lembrar que a força criadora original foi dividida em duas partes, sendo que a parte que ascendeu foi usada para a construção do cérebro e da laringe. Há, portanto, um forte vínculo entre esses dois signos, estando ambos relacionados às forças criadoras, com a influência do planeta Marte sobre as duas formas de expressão dessas forças. O signo de Escorpião é um mistério, mas parece bastante significativo que, além de reger um signo de fogo (Áries), Marte tenha regência sobre o signo aquoso de Escorpião, que rege os órgãos reprodutores. Essa regência de Marte sobre um signo aquoso, na realidade, aponta para um caminho de volta, abrindo a oportunidade de que precisavam os Lucíferes para retornar ao seu processo evolutivo, por meio da transmutação da geração em regeneração.
Há outro fato significativo relacionado à Hierarquia de Escorpião – os Senhores da Forma, fato esse registrado de forma quase imperceptível no CONCEITO, talvez para seguir a tradição de mistério que envolve aquele signo. No índice alfabético do CONCEITO ROSACRUZ DO COSMOS, no tópico “Senhores da Forma” é dito que “eles reconstruíram o corpo denso, dando o gérmen do cérebro” (pg 550 da Edição do CONCEITO em língua inglesa). Seria mais um ponto de identificação entre as forças criadoras e o cérebro, a de que ambos tenham estreita ligação com a Hierarquia de Escorpião. Essa Hierarquia não só é responsável pela evolução no Período Terrestre, como também corresponde ao signo da regeneração, o aspecto primordial para fazer o processo evolutivo de a humanidade retornar do desvio ao qual foi induzido pelos Anjos Caídos.
O Plano Evolutivo sempre apresenta novas oportunidades aos perdidos, para recuperarem o estado evolutivo que teriam alcançado se não tivessem se desviado do caminho e há mais júbilo nos Céus quando um perdido volta a trilhar o verdadeiro caminho que quando noventa e nove justos percorrem esse caminho.
É o que nos diz a parábola do filho pródigo, em que o filho mais moço, a quem o Pai deu sua parte dos bens, representa a onda de vida humana. A saída do filho mais moço da casa de seu Pai representa a queda da humanidade do Jardim do Éden, ou estado espiritual da humanidade no início de sua evolução na Terra, para o mundo físico. Em sua jornada no mundo material a humanidade, ou o filho pródigo, desperdiçou a Força Vital em uma vida dissoluta, ou seja, usou a força criadora a seu bel prazer.
Diz a parábola que depois de ter consumido tudo, o filho pródigo começou a passar necessidades. A fome que sobreveio era de natureza espiritual, que resultou da perda de contato da humanidade com o mundo espiritual.
Então, o filho pródigo se arrependeu e foi ao encontro de seu Pai. Vinha ele ainda longe, quando seu Pai o avistou e, compadecido dele, correndo, o abraçou e o beijou. Ele finalmente reconhece a miséria de tal existência e resolve retornar à casa do Pai, os mundos celestiais. O Pai naturalmente corre a seu encontro. Deus sempre percorre mais de metade do caminho para nos buscar quando resolvemos voltar a trilhá-lo.
O Pai disse a seus servos que trouxessem a melhor roupa, que representa o traje dourado de bodas, o veículo espiritual que todos construiremos com os éteres superiores e usaremos no futuro para retornar à casa do Pai.
O filho mais velho, ao saber do ocorrido, se indignou. O Pai procurava conciliá-lo. Mas ele respondeu a seu Pai que há anos que ele servia ao Pai sem jamais transgredir uma ordem dele e nunca dele recebeu um agrado. O irmão mais velho representa a onda de vida angélica. Ela se queixa que o Pai nunca se regozijou por ela. O Pai responde que assim procedeu porque o filho mais velho (a hierarquia dos Anjos) sempre esteve junto a Ele. Isto significa que os Anjos sempre estiveram junto ao Pai nos mundos espirituais. Nunca desceram ao mundo material como fez a humanidade com sua queda. Naturalmente assim, tudo o que era do Pai  pertencia também a eles.
Acreditamos que a parábola possa se aplicar, por extensão, aos Anjos Caídos, se vistos como filhos pródigos também. Assim, esse trabalho que estão fazendo na regeneração, além da ajuda que é proporcionada aos seres humanos, é o caminho de volta para prosseguirem em sua evolução.

OS PRINCIPIOS HERMÉTICOS

Muito se tem falado em princípios herméticos ou filosofia hermética e nesta noite gostaria de compartilhar com todos um pouco deste conhecimento.
Tive o primeiro contato com estes princípios no livro O CAIBALION, escrito por quem se autodenomina Os Três Iniciados. Trata-se de uma compilação dos ensinamentos, que formam a base de toda a magia, de todo o universo perceptível e imperceptível aos nossos sentidos. Estes ensinamentos vieram do Antigo Egito, por meio de Hermes Trismegisto, que talvez seja o primeiro dos Avatares a aportar neste planeta.
Quem foi Hermes?  A sua apresentação se dá no próprio livro, cujo parágrafo transcrevo agora:
Entre os Grandes Mestres do antigo Egito, existiu um que eles proclamavam como o Mestre dos Mestres. Este homem, se é que foi verdadeiramente um homem, viveu no Egito na mais remota antiguidade. Ele foi conhecido sob o nome de Hermes Trismegisto. Foi o pai da Ciência Oculta, o fundador da Astrologia, o descobridor da Alquimia. Os detalhes da sua vida se perderam devido ao imenso espaço de tempo, que é de milhares de anos, e apesar de muitos países antigos disputarem entre si a honra de ter sido a sua pátria. A data da sua existência no Egito, na sua última encarnação neste planeta, não é conhecida agora, mas foi fixada nos primeiros tempos das mais remotas dinastias do Egito, muito antes do tempo de Moisés
 As melhores autoridades consideram-no como contemporâneo de Abraão, e algumas tradições judaicas dizem claramente que Abraão adquiriu uma parte do seu conhecimento místico do próprio Hermes. Depois de ter passado muitos anos da sua partida deste plano de existência (a tradição afirma que viveu trezentos anos) os egípcios deificaram Hermes e fizeram dele um dos seus deuses sob o nome de Thoth. Anos depois os povos da Antiga Grécia também o deificaram com o nome de Hermes, o Deus da Sabedoria. Os egípcios reverenciaram por muitos séculos a sua memória, denominando-o o mensageiro dos Deuses, e ajuntando-lhe como distintivo o seu antigo título Trismegisto, que significa o três vezes grande, o grande entre os grandes.
A palavra hermética, literalmente, significa vedado, misterioso. Estamos falando de conhecimento fechado ou conhecimento secreto distribuído apenas para poucos escolhidos.
Os Princípios da Verdade são Sete; aquele que os conhece perfeitamente possui a Chave Mágica, com a qual todas as Portas do Templo podem ser abertas completamente.
(O Caibalion)
1. O PRINCÍPIO DO MENTALISMO - enunciado -
                 “OTODO É MENTE; o Universo é Mental”.
Este Princípio explica que tudo é Mental, que O TODO é espírito, é incognoscível, isto é, que não se pode conhecer, é indefinível em si mesmo, mas pode ser considerado como uma mente vivente infinita e universal. Ensina também que todo o mundo fenomenal ou universo é simplesmente uma Criação Mental do TODO, sujeita às Leis das Coisas criadas, e que o universo, como um todo, em suas partes ou unidades, tem sua existência na mente do TODO, em cuja Mente vivemos, movemos e temos a nossa existência.
Este princípio explica a verdadeira natureza da Força, da Energia e da Matéria, como e por que todas elas são subordinadas ao Domínio da Mente. Um velho Mestre hermético escreveu, há muito tempo: "Aquele que compreende a verdade da Natureza Mental do Universo está bem avançado no Caminho do Domínio.” Microcosmo o poder da nossa mente. A mente e o pensamento regem nossa vida.
2. O PRINCÍPIO DA CORRESPONDÊNCIA
          “O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima”.
Esse princípio nos diz que tudo o que existe no Universo tem uma correspondência. Esse princípio é uma Lei Universal. Há diversos planos de existência fora do nosso conhecimento e quando aplicamos este princípio passamos a ter compreensão, partindo do Conhecido para o Desconhecido.
Diz no livro “O Caibalion”: Estudando a Mônada, podemos chegar a conhecer o Arcanjo.
Quando praticamos o ritual na Maçonaria com todos os instrumentos necessários, podemos dizer que estamos fazendo uma correspondência – do plano material/físico para planos mais sutis, onde outras inteligências atuam com o mesmo objetivo: crescimento espiritual.
3. O PRINCÍPIO DE VIBRAÇÃO
                             “Nada está parado; tudo se move; tudo vibra”.
Este princípio nos explica que tudo no nosso Universo está em constante movimento, isto é, em constante evolução. Este princípio é facilmente compreensível, pois a ciência moderna já o confirmou através de suas observações e descobertas.
 O Caibalion explica que as diferenças entre as diversas manifestações de Matéria, Energia, Mente e Espírito, resultam das ordens variáveis de Vibração. "Desde O TODO, que é puro Espírito, até a forma mais grosseira de Matéria, tudo está em vibração. Quanto mais elevada for a vibração, tanto mais elevada será a posição na escala".
O poder do princípio da vibração vem não somente da compreensão de que a matéria física está sempre vibrando, mas de que tudo está vibrando, inclusive o não físico. Na verdade, as diferenças entre matéria, energia e espírito são vibrações diferentes. Nossos pensamentos, nossas emoções, nossas palavras são vibrações. Nós emitimos e absorvemos vibrações de outros indivíduos e ambientes, então nos sintonizamos com as mesmas energias que vibramos. Se mudarmos a vibração dos nossos pensamentos, logo iremos atrair outro tipo de vibração.
4. O PRINCÍPIO DE POLARIDADE
                   “Tudo é Duplo; tudo tem pólos; tudo tem o seu oposto; o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são meias-verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados".
Este Princípio encerra a verdade: tudo é Duplo; tudo tem dois pólos; tudo tem o seu oposto, tudo é dual. Simples e ao mesmo tempo complexo, e contém o axioma hermético dos opostos, ou seja, dos pólos que regem toda a vida manifestada tal como nós a conhecemos.
O Princípio de Polaridade explica, por exemplo, que Luz e Obscuridade são a mesma coisa, manifestada em variações e graus diferentes, os opostos.
Explica, também, que o Amor e o Ódio são dois estados mentais em aparência totalmente diferentes, mas em realidade iguais, pois exprimem somente o mesmo sentimento em graus diferentes.
Com o profundo conhecimento deste princípio o estudante poderá modificar a sua própria Polaridade, assim como a dos outros, transformando Ódio em Amor, Raiva em Perdão, Tristeza em Alegria. Basta usar o poder da Vontade, reeducando e vigiando a mente, mudando a vibração, enfim fazendo a transmutação mental.
5. O PRINCÍPIO DO RITMO
               “Tudo tem fluxo e refluxo; tudo tem suas marés; tudo sobe e desce; tudo se manifesta em oscilações compensadas; a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a compensação.”
Este princípio encerra a verdade que tudo há um movimento de um lado a outro, um fluxo e refluxo, um movimento para frente e para trás, para cima e para baixo, como um grande pêndulo, que se manifesta nos três planos, a saber: o físico, o mental e o espiritual.
Para respirarmos precisamos inspirar e expirar, para fazer a digestão o estômago precisa realizar movimentos peristálticos para a descida do bolo alimentar.O ritmo dos batimentos cardíacos.
 Tudo no Universo se manifesta através de ciclos, tudo chega ao seu ponto máximo e logo começa sua vibração para baixo. O ciclo menstrual, as fases da lua, as estações do ano, a infância, a adolescência, a maturidade e a velhice. Todas as coisas nascem, crescem e morrem.
Tudo está em movimento desde o átomo até os planetas que compõem o Universo.
Vivemos na roda de sansara que nos leva ao fluxo incessante de renascimentos na matéria. Significado da carta 10 do tarot - roda da fortuna - onde nos leva para cima e encontramos o ponto máximo de vibração, alegria, bem estar, felicidade e também nos leva para baixo onde as dores e sofrimentos são o exercício necessário para  o crescimento espiritual.
Mas quando começamos a compreender esse maravilhoso princípio, podemos, com algum trabalho, encontrar a Chave Mestra dentro de nós. Essa Chave nos permitirá encontrar uma forma de dominar esses movimentos inconscientes de emoções e fases, e com o despertar e o desenvolvimento de nossa consciência, podemos evitar sermos levados por esses fluxos da vida. Não podemos anular este princípio, mas neutralizar, ou seja, dominar os efeitos deste ritmo.
Sabe como? A Lei da Neutralização funciona mais ou menos assim: Elevamos-nos e deixamos a "sujeira" passar por debaixo de nós. Dessa forma, a consciência não é atingida, há uma recusa e uma negação em participar da vibração descendente.
6. O PRINCÍPIO DE CAUSA E EFEITO
                       “Toda Causa tem seu Efeito, todo o Efeito tem sua Causa; tudo acontece de acordo com a lei; o acaso é simplesmente um nome dado a uma lei não reconhecida; a muitos planos de causalidade, porém nada escapa a lei.”
Este princípio fala de uma lei maior que rege todo o Universo: a Lei de Causa e Efeito.
Tudo nesta vida e todos nós estamos enredados pelas tramas dessa Grande Lei. Nada acontece por acaso, podemos não ter consciência ou não ter explicação porque estamos vivenciando certa situação, mas teremos a certeza que é o efeito de outras ações, seja nesta ou em outra vida.
Tudo o que você faz, pensa, sente, toda ação e reação desencadeada por nossos pensamentos, atitudes e sentimentos, provocam uma resposta conseqüente e subseqüente, que nos atingirá um dia, positivamente ou negativamente.
7. O PRINCÍPIO DO GÊNERO
          “O Gênero está em tudo; tudo tem o seu princípio masculino e o seu princípio feminino; o gênero se manifesta em todos os planos.”
Este princípio encerra a verdade que o gênero se manifesta em tudo. No plano físico, mental ou no espiritual os princípios femininos e masculinos sempre estão em ação.
 No plano físico este princípio se manifesta como sexo, nos planos superiores toma outras formas de manifestações, mas sempre seguindo este Princípio. Todas as coisas e todas as pessoas contêm em si os dois elementos; masculino e feminino.
 O termo chinês yin-yang considera essa idéia a base para o equilíbrio, tanto em sua característica criativa como objetiva. O nosso anima (poder feminino) e o animus (poder masculino) devem estar sempre em harmonia.

Trabalho apresentado pela Ir.'. 2ª Vig.'. na sessão de 27-07-2011